Os Governos de Hong Kong e Macau aconselharam os residentes das duas regiões semiautónomas chinesas a abandonar Israel e o Irão, na sequência da escalada de ataques entre os dois países durante a última semana.
Num comunicado divulgado na quinta-feira à noite, um porta-voz do executivo de Hong Kong advertiu os habitantes a "evitarem qualquer viagem a Israel e ao Irão".
"Os que já lá estão devem proteger a sua segurança pessoal e partir ou mudar-se para regiões relativamente seguras imediatamente", acrescentou o Governo.
O comunicado justificou o apelo com a "situação de segurança altamente imprevisível em Israel e no Irão".
Hong Kong decidiu também elevar para o nível negro, o mais elevado, o alerta de viagem.
De acordo com o portal do departamento na internet, este nível significa que um destino representa "uma ameaça grave" à segurança dos visitantes, que devem "evitar toda e qualquer deslocação".
Horas antes, também a Direção dos Serviços de Turismo (DST) da região vizinha de Macau pediu aos residentes para não viajarem para Israel e Irão, "tendo em conta a situação de segurança".
"Os que se encontrem naqueles países devem abandonar os territórios o mais rápido possível, garantindo a sua segurança pessoal", disse a DST, num comunicado.
A direção disse que enviou, na terça e quarta-feira, através de operadoras de telecomunicações, mensagens de alerta para os telemóveis de Macau que estavam ativos em Israel, e que não recebeu qualquer pedido de informação ou assistência.
De acordo com dados fornecidos pelas operadoras de telecomunicações de Macau, não havia telemóveis da região ativos no Irão, acrescentou a DST.
A China começou hoje a retirar, para o Egito, os cidadãos chineses residentes em Israel que expressaram o desejo de abandonar o país.
A Embaixada da China em Israel começou na quinta-feira a registar os cidadãos chineses, num processo também aberto a pessoas com passaporte de Hong Kong e Macau, disse a missão diplomática, numa publicação na rede social chinesa Wechat.
A retirada será feita por via terrestre, através de grupos organizados, transportados em autocarro até ao posto fronteiriço de Taba, na fronteira entre Israel e Egito.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China Guo Jiakun revelou na quarta-feira que alguns cidadãos chineses já "foram transferidos com sucesso desde Israel", sem avançar mais pormenores.
Segundo dados oficiais, residem atualmente cerca de 1.200 cidadãos chineses em Israel.
Em paralelo, a China iniciou também a retirada dos seus nacionais no Irão, onde a comunidade chinesa ronda as quatro mil pessoas.
Até quarta-feira, 791 cidadãos chineses tinham já sido transferidos para zonas seguras em países vizinhos, como o Azerbaijão e o Turquemenistão, e mais de mil encontravam-se "em processo de retirada", indicou Guo.
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